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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

21 de Fevereiro de 1984

21 de Fevereiro de 1984, eu acabei de nascer...

Um pouco grande e pesado para a minha “idade”, eu cheguei e pronto para mudar a vida da minha mãe completamente e de uma vez por todas, não só por ser mais uma criança do total de 3, mas por eu ser diferente. Esse aí ao lado no colo dessa menina linda sou eu! 

Quem ler este grande texto, caso não me conheça, vai acabar me conhecendo de forma osmótica de qualquer jeito...
Eu não disse diferente para interpretarem que eu tinha alguma doença ou alguma anomalia (não que isso te faça anormal, mas diferente de uma normalidade que o mundo acredita ser o padrão social), mas pelo fato de eu ter
nascido com sentimentos femininos, mesmo sendo homem e heterossexual (nada contra qualquer outra orientação), afinal, eu chorava demais, era (e ainda sou) muito manhoso, dramático e mimado. Claro que, conforme você vai crescendo e tomando porrada da “vida”, as coisas começam a mudar, mas por enquanto era somente eu, uma pequena criança cheia de vontades e que chorava muito, mas muito. Isso é o que minha mãe disse, mas levando em consideração quem eu sou hoje, eu acredito piamente neste fato.

Eu não sei ao certo em que meu pai trabalhava na época, mas minha mãe sempre foi costureira e sempre sustentou a família. Como eu disse antes, meu pai trabalhava sim, mas ele tinha certos problemas com bebidas há algum tempo e acabava gastando parte dos pagamentos que recebia em excessos... nestes excessos eu incluo as bebidas e o cigarro, pois sim, ele sempre foi fumante, mas beleza, vamos pular essa parte e ir até a parte onde eu já me encontro estudando no Eurico Dutra. Eu acho que todo mundo que mora hoje no IAPI da Penha, alguma vez ou por algum tempo, mesmo que pouco, estudou no Eurico Dutra, afinal era o colégio referência do complexo da Penha e muito conhecido há muito, muito tempo. Comecei nesse colégio bem cedo, partindo do Jardim, C.A., primeira série, segunda série e assim por diante, mas o marcante mesmo eram as minhas paixões, por que sim! Eu sempre ficava apaixonado e isso era um SENHOR problema, já que eu envolvia tudo e todos em minhas paixões, sempre, sem perguntar antes, claro.
Eu sempre fui muito querido por onde passava graças à educação que meus pais me deram, então os meus amigos da época sempre me queriam por perto. Minha maior característica naquele tempo era a facilidade que eu tinha de perdoar as pessoas (característica essa que me seguiu, incansavelmente, até os dias de hoje), além de ter paciência de escutar e consolar todos os amigos que passavam por problemas... sim, nós tínhamos problemas! Problemas jovens, mas problemas, afinal um videogame quebrado ou uma ‘fita’ com defeito era motivo de cortar relações pra sempre com o coleguinha, enfim, este era eu. Defeitos? Claro que sim, e vários, mas um deles era ponto forte em minhas idas e vindas: eu adorava pedir dinheiro emprestado. Acredito que, por ter uma vida um pouco mais difícil do que a dos meus colegas, eu acaba fazendo isso, enfim, eu sempre fui assim, até mesmo depois que cresci e não me orgulho disso apenas pelo fato de que pedir te torna vulnerável aos outros e faz com que outras pessoas tenham um álibi sobre você, mas confesso que se eu não pedisse, não teria conseguido muitas coisas e a ajuda de muita gente quando precisei. Pedir não é uma questão ética, é uma questão de necessidade e se eu pedi, foi por que precisei de um lanche, roupa, brinquedo, oportunidade e não tive vergonha disso. Então vamos lá: além de perdoar muito rápido, eu escutava todo mundo com paciência e dava conselhos como ninguém, logo eu me tornei o arroz, que é no caso aquele que só acompanha. Eu vivia rodeado de meninas por conta dessas características, mas não ‘ficava’ com ninguém, o que me transformou em homo afetivo ou gay, para os mais íntimos, diante da rodinha de machos alfas. Sinceramente isso não me desestruturou muito pelo contrário, me ajudou a sempre ter meninas por perto e, por conta disso, num futuro não muito distante, me ajudou a conseguir algumas namoradas, o que de certa forma foi bem positivo para o meu ‘crescimento’ e conhecimento quanto a relacionamentos e a entender o por que meus pais, mesmo diante de tantas dificuldades e se separando as vezes, continuavam casados.
O tempo se passou e o (atual) bulling que eu sofria foi ficando mais agressivo, coisa que me fez crescer e ficar um pouco mais forte e imune a certas coisas, até que eu adquiri uma casca que defendia minha mente e meu corpo desses ‘xingamentos’, julgamentos e rótulos apontados pela sociedade que me rodeava e eu não ligava mais ao ponto de pararem completamente ou, se não paravam, me chamavam de um nome que eu ria e gostava e mostrava para eles que eles poderiam fazer aquilo comigo... acredito que este é o ponto chave da coisa: deixe-os fazer o que quiserem, seremos sempre superiores se os olharmos de cima e ignorá-los e foi o que fiz e deu certo, então #fikdik.

Como não guardei certas datas e não vou mentir pra você que está lendo esse livro, vou enumerar os dias antigos (apenas os antigos) de forma aleatória apenas para proporcionar a vocês o tempo e a idade que eu tinha quando certos assuntos aconteceram, assim eu consigo manter uma linha do tempo e também não me perco enquanto escrevo de cabeça e na hora todos essas frases...

Continua amanhã...

17 de Janeiro de 2014

Olá, amigos...

Há algum tempo houve um acontecimento muito triste e marcante na minha vida que me privou de escrever sobre, pois ainda me tocava muito profundamente. Hoje esse assunto ainda me comove e toca muito, mas sinto que já consigo dividir com outras pessoas, o que a meu ver pode ser uma forma de ajudar a quem está passando pelo mesmo problema que eu passei há algum tempo e pode dirimir as tristezas, dando um rumo diferente à forma de pensar, não só sobre esse assunto, mas sobre a vida em si. Desculpem a minha imaturidade quanto a assuntos relacionados ao tópico que vou priorizar no blog, mas isso é apenas uma consequência de várias leituras e de vários estudos que fiz por conta própria para ficar sempre mais inteirado da situação e saber o que fazer quando o pior viesse a acontecer. Tentarei fazer postagens diárias de um "livro" que eu escrevi na época sobre tudo o que passei juntamente à minha família, sempre enfrentando tudo com bom humor e esperança, mesmo sabendo que esta não seria o maior percentual de positividade.

Agradeço aos amigos que lerem pela paciência e pelo tempo que aqui deixarão e compartilharão comigo de forma que me ajudem a me livrar desse fantasma que é o Câncer e a espalhar essa minha experiência. Peço que comentem se acharem que devem, deixem sua história, adorarei lê-la.

Espero que gostem...

Meu nome é Rodrigo Gambini e neste exato momento estou me olhando no espelho... eu me pergunto por que a vida nos surpreende tanto? Estou meio abalado com alguns fatos recentes na minha vida, me sentindo pequeno e insuficiente, além de ‘culpado’, pois qualquer momento que deixei passar, qualquer coisa que não pude fazer, se tornam argumentos fortes de pura culpa em uma ocasião em que a vítima é alguém da minha família. O fato é: devo rever alguns conceitos, repensar atitudes e fazer uma retrospectiva muito intensa, filtrar, peneirar e afofar toda a informação que se passa na minha cabeça agora, só para depois poder processá-la. É muito triste e complicado... estou chorando neste momento, mas acredito que consigo se me esforçar e me permitir pensar que o fim é só para quem o aceita, quem não o aceita começa uma nova jornada depois da vida...

17 de Janeiro de 2014, aparentemente, um dia tranquilo...

Acordei normalmente neste dia para trabalhar, um dia como outro qualquer e eu estava no meu 10º em novo emprego e precisa mostrar um serviço de qualidade, o que me fazia estar pronto bem cedo e com uma disposição que eu, na verdade, não via em mim há séculos, afinal, um bom emprego não se arruma assim de uma ora para outra, né? Infelizmente, foi nesta data que eu descobri que meu pai tinha dois nódulos no pâncreas, sendo um de 4x4 e outro de 2x2 e, mesmo sendo difícil ouvir essa notícia, ficamos ansiosos aguardando por uma solução ou algum tipo de tratamento que pudesse estacionar a doença, até que a biópsia (que seria feita dali alguns dias) ficasse pronta e aí sim, pudéssemos julgar o quadro. O que não sabíamos é que a doença do meu pai já estava avançada demais para qualquer tipo de tratamento e que qualquer tratamento indicado seria paliativo e ajudaria apenas a estacionar a doença, dando a ele mais algum tempo sem tanto sofrimento e nada mais.
Parecia uma notícia impossível, mas acredite, ela veio e me derrubou na primeira tacada e a cada vez que eu pensava que o meu pai poderia a qualquer momento não estar mais ali presente no meio de nós, eu desabava cruelmente sobre o meu corpo através das minhas lágrimas. Foi então que eu decidi que ligaria para ele diariamente, até que ele se fosse, o que pra mim não demoraria muito tempo.
Tudo bem, tudo bem, é uma história bem triste e infelizmente verdadeira, mas antes de começa-la definitivamente, preciso fazer um grande resumo sobre o que foi a minha vida até aqui...