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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

25 de Agosto de 2014

25 de Agosto de 2014, seis meses sem meu pai...

Caro leitor, se você está cansado de ler meu blog porque eu falo muito do meu pai, mesmo ele tendo falecido há 6 meses completos hoje, peço que pare por aqui, pois este blog (livro) que escrevo diariamente é única e exclusivamente para falar sobre a doença que meu pai enfrentou, o que a família enfrentou junto a ele nos momentos mais difíceis e como nos saímos (e estamos nos saindo) no pós doença e depois de ter perdido uma pessoa tão pra cima e tão boa quanto o meu pai.

O nome “Depois do Câncer” fala sobre como devemos ser depois que a doença leva nosso familiar, não de forma explicada, pois não existe explicação para isso e cada um leva de uma forma única, mas para abrir a mente de quem passa ou já passou por esta situação e ajudar às pessoas que precisam ler ou escutar algo sobre esse momento tão difícil.

A primeira coisa que tenho a dizer hoje é: saiba, em primeira mão, que a pessoa que está com a doença (câncer), independente de qual seja e de que tipo seja, VAI MORRER. Sim, ela vai morrer, pela doença ou não, assim como eu, você, nossos amigos e o mundo, pois a vida é assim mesmo, existe um ciclo que precisa ser seguido e uma ordem natural que precisa ser alcançada, é como se fosse um objetivo natura da vida sobre nós, enfim. Tendo na cabeça que a pessoa vai morrer já te libera pra pensar que pode ser agora ou pode ser mais tarde, isso vai depender de DIVERSAS condições, sejam elas físicas, psíquicas, mentais, entre muitas outras disposições tanto da pessoa que está atravessando esse momento difícil quanto para quem a acompanha nesta estrada silenciosamente dolorosa.

A segunda coisa importante que eu tenho pra dizer é: não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, então seja PRESENTE, ligue, compre uma lembrança, faça declarações de amor, seja o foco e desfoque o outro foco, distraia, cante, sorria, faça o que estiver ao seu alcance para que aquela pessoa não pense estar sozinha e se pensar, o que é normal, faça mais força ainda para provar que aquilo não é verdade. Beije a testa desta pessoa, fale baixinho no ouvido que a ama, conte-lhe uma história. Muitas pessoas quando se deparam com uma doença como o câncer ficam deprimidas e acham que estão sozinhas ou até mesmo começam a se afastar de outras pessoas que ama para “evitar” um sofrimento, sabemos que isso é completamente errado e não faz parte do ciclo natural de amor em família, mas é um processo que faz parte da vida de quem tem a doença, foi mais ou menos o que aconteceu com meu pai. Nas últimas semanas de vida, quando a doença já estava bem avançada, ele se calou e quando perguntávamos algo sobre a doença ou sobre o que ele achava daquilo tudo que estava acontecendo, ele dizia simplesmente: “NÃO QUERO FALAR NÃO!” e não podíamos insistir tanto, pois seria chato demais e a última coisa que queremos é chatear esta pessoa mais do que ela já deve estar chateada.

Muitas pessoas encaram o câncer com “orgulho”, com sorriso nos olhos, com determinação, muitas vezes a doença é reversível e “vale a pena” pensar desta forma, pois sua mente ajuda o seu corpo a melhorar, juntamente com um tratamento, mas em outros casos, quando a medicina diz a você: “AGORA É SÓ ESPERAR!”, como disseram para os meus familiares sobre o meu pai, não há tanto em que se agarrar, na verdade, é hora de reunir a família em oração (para quem tem fé inabalável), dar sempre muita atenção e amor ao paciente e aguardar o fim, infelizmente.

Então se você está nesse quadro de que a doença é irreversível, não se desespere e chore sim, mas não deixe que esta tristeza te domine por muito tempo, chorar faz bem, então chore, passe o dia chorando, mas no dia seguinte, reerga-se em suas forças e olhe pra frente, pois SUA VIDA CONTINUA AÍ, VIVA!

A terceira e última coisa que gostaria de falar hoje aqui é: quando o futuro é certo, podemos nos programar, então programe-se, comece a pensar sobre o velório, o enterro, sim isso é muito necessário. Se não fosse minha mãe ter feito o plano funeral para o meu pai, mal teríamos dinheiro para enterrá-lo, pois infelizmente este é um processo muito custoso, ou seja, que exige um poder aquisitivo mais alto e nós não tínhamos isso, então deixamos tudo com eles e eles não faltaram, muito pelo contrário, nos trataram com muito respeito e nos fizeram ficar confortáveis, tratando a todos com muito carinho, inclusive o corpo do meu pai. Houveram alguns pequenos contratempos, mas acreditem, se não fosse a Rio Pax, teríamos muito mais. Então se você pode, faça um plano de saúde para seus pais ou se eles tiverem uma condição melhor do que a sua, convença-os a fazer um, faça para seus filhos, cuide de quem você ama, dê valor a isso, a tudo!

Obrigado aos que acompanham meu blog, fico feliz em poder dividir isso com vocês, para mim é uma forma de extravasar a saudade matinal diária que sinto do meu pai.