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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

15 de Fevereiro de 2014

15 de Fevereiro de 2014, uma noite inesquecível e chocante...

Acordamos e eu estava ansioso... consegui acordar um pouco mais tarde e me preparava para encontrar meu pai e não só isso, ficar com ele uma tarde inteira de visita e mais toda a noite. Um misto de sentimentos tomava conta do meu corpo e meu coração me surpreendia de forma intermitente com taquicardias rápidos e com sensações intermináveis. Eu estava dividido pela alegria de estar próximo ao meu pai e de estar ajudando-o neste momento e pela tristeza de isso tudo estar acontecendo com o meu pai, o meu paizinho, nossa, eu nem sei explicar o quanto triste eu estava e como isso tudo é confuso e complicado pra mim.

Arrumei minha mochila com minha esposa me ajudando, como sempre, tomamos fôlego e fomos ao hospital. Quando chegamos lá fomos a visita do dia, junto do tio Paulinho (um dos irmãos do meu pai). Ao todo éramos 6, eu, Naná, Fátima (minha sogra), Jorge (meu sogro), meu tio Paulinho e minha mãe. Meu pai não dá mais atenção ás visitas e eu sinto que ele fica incomodado quando chegam muitas pessoas lá, mas todos o querem bem e o querem ver, não sei se ele entende isso ainda, é como falei, ele está muito desorientado agora e qualquer lembrança é um trunfo.

Chegou a hora... todos foram embora e eu estou aqui, “sozinho”. Tento de todas as formas puxar assunto com meu pai, mas ele é irredutível no seu quase silêncio, só fala com a minha mãe. Pela terceira vez eu pergunto coisas aleatória a ele e ele finge que não me ouve ou diz que não quer falar. Já tentei conversar sobre o programa de televisão (caldeirão do Huck), já perguntei sobre a família, sobre o que ele acha disso tudo e nada. Acho que vou deixa-lo descansar, afinal, esses questionamentos tendem a tencionar os nervos de qualquer um e ele não pode ter nenhum tipo de estresse agora. Os minutos passam e meu pai alterna entre o sono profundo (chega a roncar) e alerta total, com os olhos arregalados olhando para o teto. Ele sabe que vieram visita-lo, mas não lembra todos os nomes ou até inventa alguns, por exemplo, no lugar do Diego (meu cunhado) ele disse Freixo, um nome que jamais tivemos na família ou conhecemos... seria engraçado se não fosse trágico.

A noite não demorou a chegar e eu sentia que de vez em quando, meu pai “surtava”, pois eu estava em meu primeiro cochilo e, do nada, eu me surpreendi com a seguinte frase: “Ei, psiu!”, então eu olhei pro meu pai firmemente em seus olhos e disse: “Eu tô aqui, pai! Pode falar... tá precisando de alguma coisa?”, aí ele disse: “Peraí... deixa eu recapear... recapitular...”, foi fechando os olhos e dormiu novamente. Pode não parecer, mas esta é uma das cenas mais trágicas e tristes que eu já presenciei na vida do meu pai. Ele parecia estar bêbado, sem beber. 

Era praticamente impossível dormir naquele lugar, pois no leito ao lado uma mulher tossia sem parar a noite inteira, os enfermeiros conversavam em voz alta e outro paciente gritava de dor do outro lado. Ainda assim, percebi que meu pai conseguiu cochilar várias vezes, bem mais do que eu, afinal, o corpo vai acostumando com aquela situação e ele já não estava com o ouvido tão bom assim, então ficava um pouco mais fácil abstrair daqueles barulhos... Eu percebi também que meu pai procurava uma nova posição a cada 10 minutos e que alguma coisa o atrapalhava de tal forma que as vezes eu o pegava de bruços, mas com o pescoço levantado, fica estranho eu detalhar isso aqui, mas era um bruços diferente, sabe? Até por que ele tinha uma pequena ferida na cabeça e essa ferida queria dizer alguma coisa, além de proporcionar desconforto na própria cabeça (parte de trás, próxima ao pescoço) e dor, ela estava ali por algum motivo.