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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

20 de Janeiro de 2014

20 de Janeiro de 2014, ressonância magnética...

Finalmente o resultado da ressonância magnética ficou pronto e nós estávamos esperançosos, mesmo sabendo que a idade do meu pai era um tanto quanto avançada para enfrentar uma doença dessa magnitude, tínhamos esperança de que fossem apenas nódulos benignos que poderiam ser retirados com alguns procedimentos cirúrgicos, nos enganamos. Quando o laudo saiu, inicialmente, minha mãe escondeu de mim a verdade, exatamente por eu ter este jeito meio sentimental
e tal, mas não demorou muito a verdade veio à tona: meu pai estava em um estágio muito avançado da doença. Eram dois tumores malignos no pâncreas (com certeza enfatizados pelo diabetes que não tinha nada a ver com o diabetes, mas só depois eu fui saber disso, por isso mantive riscado a quem puder interessar) entrando em metástase para o fígado, que por sua vez, tinha incontáveis nódulos, o que significa o tal “enraizamento do câncer”, que é quando o câncer começa a se espalhar, sai de um órgão e atinge outros órgãos. Em 80% dos casos (na época em que escrevo este livro) é dessa forma que acontece e, com o tempo, pode atingir órgãos como o pulmão, o baço e outros órgão próximos ao pâncreas, causando o “apodrecimento” e a falência destes. Como se já não fosse suficiente, meu pai sentia dores e todos os sintomas que o google me dava quando eu pesquisava sobre a doença, foi quando resolvi pesquisar sobre a fase terminal da doença e descobri que o MEU PAI estava enfrentando essa fase. Enfatizei o MEU PAI, pois sempre pensei que deveria ter pais imortais, mas infelizmente, a realidade é outra agora.



Tudo foi muito rápido e, de repente estávamos ouvindo do médico que a família deveria se unir e que o câncer se espalhara muito rápido pelos órgãos do me pai, então em menos de uma semana, sua coloração já mudou para amarelada na pele e no branco dos olhos, além disso, pequenas feridas geradas pelas coceiras que ele tinha (em decorrência do câncer de fígado) começaram a aparecer e ‘manchar’ a silhueta do meu amado pai em algo irreconhecível. É difícil acreditar que uma pessoa tão ativa como meu pai, tão valente, que sempre lutou pelos filhos e que tinha defeitos como qualquer um, mas que era o melhor pai do mundo, tão forte, que sempre trabalhou com vendas a pé e que subia e descia morros e favelas pra obter sucesso com seu trabalho, estava daquele jeito, de uma forma ou de outra, definhando por conta de uma doença que ‘não tem cura’. Disso tudo, o pior não era enfrentar a doença, mas conviver com a dor que nunca parava, mesmo com a prescrição de remédios fortíssimos à disposição.

Mais uma vez quero dizer que jamais desejo informar algo aqui ou dizer sobre algo que não tenha acordo com a realidade, cada ser humano, cada organismo reage de uma forma e não é só o tratamento ou o tipo de tumor que vai dizer se a pessoa vai vencer ou não o câncer, mas a vontade dela de vencer, de seguir vivendo, contam muito para essa recuperação, para o prolongamento da sobrevida que se leva numa ocasião dessas. Como disse antes, sempre pesquisei muito e acho justo deixar aqui um pouco das pesquisas que fiz sobre a doença e o estágio em que ela estava no corpo do meu pai, então leiam sem culpa, mas não se guiem por estas informações para tirar conclusões precipitadas e se você tem a mente fraca, pule para a próxima data, ok? O texto segue abaixo:

Quais são os sintomas da fase terminal do câncer de fígado?

Sintoma: abdômen
Nas fases finais do câncer de fígado, a cavidade abdominal pode inchar devido ao acúmulo de líquido, o que é chamado de ascite.

Sintoma: icterícia
Semanas antes da morte, a icterícia hepática agrava progressivamente. Com a icterícia, a pele e o branco dos olhos ficam amarelos, e a urina normalmente fica escura. Os pacientes podem ter coceiras e fezes claras. Também pode ocorrer perda de apetite, vômito, náusea e febre.

Outros sintomas
Pode ocorrer confusão mental e sonolência e o paciente pode sofrer de irritabilidade, agitação, tremor das mãos e delírio. Também pode resultar em coma.

Prognóstico
Normalmente, a morte ocorre dentro de seis meses do diagnóstico de câncer do fígado, devido à hemorragia gastrointestinal, desnutrição aguda (perda de peso, fadiga, atrofia muscular, perda de apetite e fraqueza), insuficiência hepática, ou metástase (propagação da doença de uma área para outra do corpo), pulmões, gânglios linfáticos ou para a veia porta (uma veia localizada na cavidade abdominal).

Apoio
As enfermeiras ou o hospital podem dar conselhos à família sobre tratamentos paliativos, para ajudar a amenizar o desconforto do paciente.
Sinais físicos do estado terminal do câncer de fígado

Febre
Quando um paciente está se aproximando da morte, devido ao câncer hepático terminal, a temperatura de seu corpo provavelmente aumentará rapidamente. Este é o comportamento natural do corpo quando está prestes a morrer. Em alguns casos, a febre pode subir para mais de 40ºC, tornando o paciente quente ao toque e podendo apresentar sudorese e desconforto. A enfermeira do hospital pode decidir por administrar um narcótico forte, como a oxicodona, para relaxar o paciente e ajudá-lo a se sentir mais confortável.

Respiração
Outro sinal importante de morte iminente por câncer de fígado é uma mudança na respiração do paciente. Um fraco crepitar ou som borbulhante pode ser ouvido como se o paciente tentasse forçar a inspirar e expirar. Isso é devido ao enfraquecimento dos músculos peitorais, o que os impede de mobilizar o fluxo de catarro e muco nos pulmões adequadamente, porém, isso não significa que o paciente estará entrando em choque. A enfermeira do hospital provavelmente administrará uma medicação para ajudar o paciente a relaxar, tornando a respiração facilitada. O paciente também pode utilizar uma máscara de oxigênio neste momento, aumentando o conforto.

Inquietação terminal
A inquietação terminal ocorre nos momentos finais de vida. O paciente pode estar completamente consciente de seu entorno e se sentir desconfortável na cama. Ele pode debater ou reclamar, ou transparecer sofrimento e dor. Morfina ou um preparado com Duragesic pode ajudar com a inquietação. Alguns pacientes também podem sentir a necessidade de gemer ou gritar, deve-se proporcionar conforto físico ao paciente, segurando a mão ou acalentando-o para ajudar a manter a calma.

Visão
Na fase terminal do câncer de fígado, o paciente pode apresentar alterações na sua visão. Os músculos dos olhos podem não funcionar tão bem como antes, de modo que o paciente poderá ter problemas para reconhecer as visitas e familiares. Alguns pacientes também podem falar sobre ter visões de entes queridos que já faleceram, estes são sinais comuns da aproximação da morte.

Sinais vitais
Todos os cuidadores devem ser ensinados em como reconhecer os sinais vitais para saber quando o seu querido faleceu. A respiração do paciente pode ir de rápidos ritmos e suspiros curtos para respirações mínimas, em que ele leva apenas 2-4 respirações por minuto até que o peito para de se movimentar. A mandíbula do paciente pode relaxar, e sua boca pode se abrir um pouco. Seus olhos podem permanecer abertos, mas as suas pupilas serão fixas e dilatadas. O paciente também pode perder o controle de suas entranhas e urinar no momento da morte, se o paciente assinou um termo de "não ressuscitação", a emergência ou uma ambulância não devem ser chamados. A enfermeira do hospital deve ser contatada imediatamente, ela então pronunciará a hora e a data da morte do paciente.”

A fonte de pesquisa segue ao lado: http://www.ehow.com.br/quais-sintomas-fase-terminal-cancer-figado-fatos_4385/

NOTA: É impressionante como, lendo tudo isso hoje eu percebi que meu pai passou por todos estes estágios da doença... principalmente quando o texto fala sobre a "icterícia", "febre", "respiração" e "inquietação terminal"... vou falar um pouco mais sobre isso a frente.

18 de Janeiro de 2001

'Foto: Eu e meu amigo Hugo, há mais ou menos 15 anos.'

18 de Janeiro de 2001, mais um pouco de mim...

Já com quase 18 anos nesta data, comecei a trabalhar numa empresa de telemarketing, vendendo uma marca de cartão de crédito que tinha como logo uma nota de dólar e só os “bem apessoados” podiam ter. Foi uma época de muitas surpresas na minha vida profissional que se iniciava, até por que sempre odiei vendas e estava, naquele momento me deparando com este setor e me dando, de certa forma, bem.


Algum tempo depois já com argumentos de vendedor na ponta da língua, tive um pequeno e desastroso desentendimento com meu pai que, nesta época, abusava um pouco das bebidas. Nós tivemos uma discussão, pois ele achou que eu estava negociando e pegando drogas com um amigo na rua e eu fui firme e provei que nada disso estava acontecendo. Mesmo assim, sob o efeito do álcool, meu pai pediu gentilmente (jogando uma garrafa de cerveja cheia da sala à cozinha e a espatifando num canto) que eu saísse de casa. Foi quando eu fui morar com um amigo chamado Hugo Oliveira e com sua mãe, minha amada segunda mamãe do coração, Valquíria de Oliveira, pessoas das quais falarei mais tarde com mais detalhes. Eu cheguei à casa do Hugo no mesmo dia bem tarde da noite, expliquei a situação e, no mesmo momento, fui admitido como novo morador daquela casa. Preciso registrar que foram os melhores 8 meses que vivi, naquela ocasião, com aquela idade e com aquelas pessoas, naquele lugar. Jamais eu tinha sido tão amado e querido por pessoas que não eram da minha família, o que me ajudou a compreender certas coisas e a aprender em como, de fato, é preciso amar o próximo, sem esperar nada em troca, pois eu nada tinha a oferecer àquela família que me acolheu. No dia 17 de Agosto de 2002, eu conheci uma moça (que já era mulher, na verdade, com 5 anos na minha frente), nós começamos a ficar, quando vi estava indo para a casa dela e deixando o Hugo e a tia Valquíria (como eu, carinhosamente, à chamava), para ficar apenas uma semana, quando não mais saí e comecei a arcar com responsabilidades de “homem da casa”, pagando contas e sendo ‘marido’. Podemos dizer que eu amadureci muito em pouquíssimo tempo, pois em uma semana eu estava sendo sustentado pela tia Valquíria e no outro momento eu passei a me sustentar e ajudar no sustento de outras pessoas que quase não conhecia... meio louco, né? Enfim. Foi com esta mulher que vivi felizes 3 anos de um intenso relacionamento e tristes outros 3 anos de pura redenção e conforto que era nitidamente de ambas as partes. Esta mesma mulher me deu um dos melhores presentes que um homem pode ter na vida: uma filha.

Maria Luisa, minha filha, nasceu em 07 de Maio de 2005 com pneumonia congênita e
precisou ficar internada 16 dias numa UTI que tinha a pior das enfermeiras chefes que eu poderia ter conhecido. Graças a Deus, ela conseguiu sair dessa com nossa força e ajuda e ainda me trouxe muitas alegrias. Cresceu saudável e sapeca, como qualquer criança e nunca me deu trabalho. É um grande orgulho pra mim, pois apesar de pouca idade, ela já demonstra um lado meio Rodrigo Gambini de ser, que se importa com os outros e perdoa de forma rápida. Todos ficaram muito radiantes com a vinda da Malu e tentamos proporcionar à ela momentos inesquecíveis sempre, para que ela se sentisse sempre muito aconchegada entre os membros da família... infelizmente, neste momento, começou uma grande e infeliz fase da minha vida conjugal e logo depois viemos a nos separar...

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

19 de Janeiro de 2014...

19 de Janeiro de 2014, dores pelo corpo e carência de remédios...

Assim que eu soube da doença do meu pai, mesmo que de forma parcial, procurei estudar ao máximo para saber pelo que íamos passar e, garanto a qualquer um que perguntar: é o estudo mais doloroso que se pode ter quando você não trabalha na área médica e não está acostumado a ver certos tipos de situações e coisas e, além disso, a pessoa (vítima dessa fatal doença) é uma pessoa pela qual reservo um imenso amor, carinho e respeito.
Bom, voltando ao estudo, precisei entender o que estava acontecendo por dentro do meu pai e onde isso poderia ir, até onde poderia chegar, enfim, toda informação era pouco, pois não sou médico, nem muito menos enfermeiro e todas estas informações acabam meio que se perdendo pelo fato de eu não conhecer termos técnicos e as nomenclaturas serem bem difíceis, neste caso se infelizmente alguém da sua família ou você está sofrendo dessa doença, separei um material que explica de forma mais didática o que acontece com o corpo quando se é vítima dessa enfermidade, mas antes quero dizer que este texto foi extraído da internet e qualquer um pode ter acesso a ele e que não quero causar nenhum tipo de dúvida ou de sensação errada a qualquer pessoa que venha a enfrentar a doença, na verdade, os sintomas (tanto iniciais como terminais) combinam com o histórico de tudo o que o meu pai sentiu em cada data, especificamente e minha intenção é apenas ajudar a compreender. Hoje, no Brasil e no mundo, existem várias formas de tratar e de curar certos tipos de canceres de fígado, entre outros que existem, enfim. Espero que a leitura seja agradável:

O QUE É O CÂNCER DE FÍGADO

O câncer de fígado é dividido em duas categorias: o primário do fígado e o secundário, ou metastático (originado em outro órgão e que atinge também o fígado). O termo "primário do fígado" é usado nos tumores originados no fígado, como o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular (tumor maligno primário mais freqüente que ocorre em mais de 80% dos casos), o colangiocarcinoma (que acomete os ductos biliares dentro do fígado), angiossarcoma (tumor do vaso sangüíneo) e, na criança, o hepatoblastoma.

Apesar de não estar entre as neoplasias mais prevalentes, o câncer hepatobiliar requer alta complexidade no seu diagnóstico e proficiência no tratamento. Porém, de acordo com os dados consolidados sobre mortalidade por câncer no Brasil em 1999, o câncer de fígado e vias biliares ocupava a sétima posição, sendo responsável por 4.682 óbitos.

TIPOS:

Hepatocarcinoma
O hepatocarcinoma não consta no Brasil entre os dez mais incidentes, segundo dados obtidos dos Registros de Base Populacional existentes. Sua taxa de incidência padronizada por 100 mil habitantes variava de 1,07 em Belém, em 1988, a 9,34, em Porto Alegre, em 1991 em homens; em mulheres de 0,28, em Belém, em 1988, a 7,04 em Goiânia em 1990. O sudeste da Ásia, Japão e África do Sul apresentam uma incidência particularmente alta de carcinoma hepatocelular, enquanto que nos Estados Unidos, Grã Bretanha e região norte da Europa é raro encontrar este tipo histológico de tumor, observando-se taxas inferiores a 1 por cada 100 mil habitantes.

O carcinoma hepatocelular ocorre em uma frequência três vezes maior em homens do que em mulheres. A faixa etária, com maior predomínio nos Estados Unidos e Europa, está localizada entre a 6ª e 7ª década, enquanto que, nas áreas de grande incidência, o tumor ocorre em pacientes mais jovens, entre a 3ª e 5ª década. A forma fibrolamelar do carcinoma hepatocelular acomete pacientes mais jovens (5-35 anos) e, quando ressecável, o seu prognóstico é tido por alguns como melhor em comparação com os outros hepatocarcinomas.

Colangiocarcinoma
O colangiocarcinoma (fig.4, fig.5) é responsável por 5% dos casos de tumor primário do fígado e ocorre geralmente entre a 6ª e 7ª década de vida.

Metástases Hepáticas
Estudos de necrópsia mostraram que pacientes que morrem de alguma forma de câncer podem apresentar metástase para o fígado em até 35% das vezes durante o curso da doença. Os tipos que mais dão metástase para o fígado são: o carcinoma do pâncreas, o carcinoma colo-retal, o carcinoma de estômago, da mama, do esôfago, do pulmão e o tumor carcinóide. Estima-se que 23% dos casos novos de pacientes com câncer colo-retal apresentem-se já com metástase hepática isolada. Estes casos são tratáveis com cirurgia e a cura pode ser obtida com sobrevida de até 5 anos em até 30% dos casos.

FATORES DE RISCO

Hepatocarcinoma
Cerca de 50% dos pacientes com carcinoma hepatocelular apresentam cirrose hepática, que pode estar associada ao alcoolismo ou hepatite crônica, cujo fator etiológico predominante é a infecção pelo vírus da hepatite B e C, que estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de fígado.
Em áreas endêmicas, a esquistossomose é considerada fator de risco. Atenção especial deve ser dada à ingestão de grãos e cereais. Quando armazenados em locais inadequados e úmidos, esses alimentos podem ser contaminados pelo fungo aspergillus flavus, que produz a aflatoxina, substância cancerígena ligada ao Hepatocarcinoma, além de doenças relacionadas com o depósito de ferro no fígado. O tempo de vida após o diagnóstico de um paciente com o hepatocarcinoma clinicamente detectável é extremamente curto. Assim considerando, o índice de incidência passa a ser equivalente ao de mortalidade.
O hepatocarcinoma possui a possibilidade de prevenção, sendo essa classificada em primária e secundária. A prevenção primária é baseada principalmente no interrompimento da transmissão do vírus da hepatite B, através da utilização de vacinas. A prevenção secundária depende da detecção precoce do tumor, constando da remoção cirúrgica quando o tumor ainda não produziu repercussão clínica, mas já foi detectado pela dosagem no sangue de um marcador tumoral chamado alfafeto-proteína, que é uma substância produzida em 40% a 70% dos fígados acometidos pelo câncer, mas não pelo fígado normal.

Colangiocarcinoma
O colangiocarcinoma está relacionado com afecções inflamatórias das vias biliares, principalmente com a infestação por um trematódio (clonorchis sinensis), bastante freqüente nos países asiáticos e africanos, entre outros fatores, alguns desconhecidos.

Angiosarcoma
O potencial carcinogênico das substâncias químicas como o cloreto de vinil, os arsenicais inorgânicos e o Thorotraste (solução de dioxido de tório) está associado ao angiossarcoma.

A fonte de pesquisa segue ao lado: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/cancer-de-figado

E eu volto a dizer que o câncer, assim como qualquer outra doença deste tipo, age de acordo com cada organismo e, o que parece ser fatal no meu pai, pode não ser em você ou no seu ente querido, então o que eu posso dizer com muita propriedade é: PROCURE UM MÉDICO E FORMAS DE TRATAMENTO, ELAS EXISTEM E VOCÊ (OU A PESSOA POSSUÍDA POR ESTA DOENÇA) PODE VIVER POR MUITOS E MUITOS ANOS.

18 de Janeiro de 2014

02 de Março de 1994, as namoradas da minha vida...

Perfil apaixonado, cabelo cortado na cuíca e muita, mas muita cuca no lance relacionado a dar pitaco, sugestão e conselhos às menininhas, não demorou muito e eu consegui uma namoradinha. Tudo bem que era um amor platônico, mas era o primeiro e eu estava muito feliz e mentalmente evoluído por isso. O nome dela é Lorena e ela era muito, mas muito feia... sim ela era feia de doer e todos me diziam isso, acho que por este motivo não disse à ela que a amava mesmo sem ter sentido o cheiro da sua boca ou sei lá, chegado perto ao ponto de conseguir perceber se os fios da raiz do cabelo dela eram naturalmente loiros, tais como pareciam de longe. Eu observava ela de longe, com quem ela andava e o que ela fazia no recreio, jamais tive coragem de chegar perto dela, mas na minha cabeça, ela era minha namorada, afinal, ela estava comigo diariamente, no meu coração e não era perfeito, mas era bom, pois ela não me podia fazer sofrer de nenhuma forma, não podia reclamar de nada e nem dar sugestão na minha vida.
Como bom ouvinte, eu comecei a sentar mais perto dela e a escutar o que ela dizia, conversava e tramava perto dos amigos dela e assim fui me tornando mais próximo e menos invisível, até que construímos uma grande amizade e assim ficamos pelo restante da estadia dela no Eurico Dutra. No ano seguinte, ela havia ido para outra escola por conta do problema com uma prima que era muito dada, enfim, ela saiu da escola e eu continuei como disse antes, até o último ano do ensino fundamental.
No Eurico Dutra eu dificilmente tentava alguma coisa com alguma menina e, pelas minhas contas, se eu não estiver sofrendo de Alzheimer (me perdoem as pessoas que tem esta doença ou que tem algum parente que a tenha, não é ironia, é apenas um comentário) ou não tiver com qualquer problema de amnésia profunda, depois dessa paixão encubada pela Lorena, não houve outra com quem eu me envolvesse, apesar de algumas que quiseram se envolver comigo, mas não faziam meu tipo e, por isso, eu não me envolvi, mas dei uns beijinhos e fiquei com algumas meninas, o que não é interessante para contar aqui.
Meu tempo no Eurico Dutra foi muito bom, eu consegui curtir bastante a minha infância e meus amigos, sempre aproveitei de um tudo com muita intensidade, assim como meu pai o fizera em alguns momentos de sua vida.

18 de Janeiro de 2014, dia após dia...

Cada dia que passa, eu morro de medo de receber uma ligação ao longo do dia de qualquer telefone e tremo ao saber que isso pode acontecer a qualquer momento, porque apesar de ter muita esperança com o resultado da biópsia, acredito que o câncer é um dos estágios evolutivos mais complexos da vida e o ser humano que se presta a aprender com tamanho ensinamento, colhe bons frutos depois da passagem. A luta é diária e cada segundo é uma conquista diferente, afinal, o relógio está de trás pra frente e a morte é lenta e súbita, principalmente nos casos de metástase... sei que é doloroso fazer um “planejamento”, mas precisávamos estar por dentro da realidade e pensar em todas as hipóteses, além do que somos família e por fim seres humanos, o que nos faz arrumar problemas até onde não há e eu não ia sossegar até que o resultado da biópsia saísse, por isso vivi apreensivo cada segundo do meu dia, como se fosse o último.
Grande sorte de o meu pai encontrar o médico (Dr. Rodrigo) que se interessou pelo seu caso antes do pior e agilizou todos os exames referentes à doença e o resultado deles, o que facilitou e muito para que nos confortássemos de alguma forma, mas até que isso acontecesse num processo que parecia demorar semanas, nós nos encontrávamos face ao desespero de perder um grande amigo: o meu pai.
Há alguns dias meu pai fez uma ressonância magnética e o resultado está para sair também, o que nos faz ficar um pouco mais apreensivos, enfim, tudo é motivo então eu já digo de antemão que jamais desejaria este sentimento de dúvida por um caso tão sério a alguém e se você tem alguma possibilidade financeira, faça um plano de saúde e mantenha em dia todos os exames, principalmente se sua família tem histórico de doenças que podem ter fatos genéricos ou hereditários.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

21 de Fevereiro de 1984

21 de Fevereiro de 1984, eu acabei de nascer...

Um pouco grande e pesado para a minha “idade”, eu cheguei e pronto para mudar a vida da minha mãe completamente e de uma vez por todas, não só por ser mais uma criança do total de 3, mas por eu ser diferente. Esse aí ao lado no colo dessa menina linda sou eu! 

Quem ler este grande texto, caso não me conheça, vai acabar me conhecendo de forma osmótica de qualquer jeito...
Eu não disse diferente para interpretarem que eu tinha alguma doença ou alguma anomalia (não que isso te faça anormal, mas diferente de uma normalidade que o mundo acredita ser o padrão social), mas pelo fato de eu ter
nascido com sentimentos femininos, mesmo sendo homem e heterossexual (nada contra qualquer outra orientação), afinal, eu chorava demais, era (e ainda sou) muito manhoso, dramático e mimado. Claro que, conforme você vai crescendo e tomando porrada da “vida”, as coisas começam a mudar, mas por enquanto era somente eu, uma pequena criança cheia de vontades e que chorava muito, mas muito. Isso é o que minha mãe disse, mas levando em consideração quem eu sou hoje, eu acredito piamente neste fato.

Eu não sei ao certo em que meu pai trabalhava na época, mas minha mãe sempre foi costureira e sempre sustentou a família. Como eu disse antes, meu pai trabalhava sim, mas ele tinha certos problemas com bebidas há algum tempo e acabava gastando parte dos pagamentos que recebia em excessos... nestes excessos eu incluo as bebidas e o cigarro, pois sim, ele sempre foi fumante, mas beleza, vamos pular essa parte e ir até a parte onde eu já me encontro estudando no Eurico Dutra. Eu acho que todo mundo que mora hoje no IAPI da Penha, alguma vez ou por algum tempo, mesmo que pouco, estudou no Eurico Dutra, afinal era o colégio referência do complexo da Penha e muito conhecido há muito, muito tempo. Comecei nesse colégio bem cedo, partindo do Jardim, C.A., primeira série, segunda série e assim por diante, mas o marcante mesmo eram as minhas paixões, por que sim! Eu sempre ficava apaixonado e isso era um SENHOR problema, já que eu envolvia tudo e todos em minhas paixões, sempre, sem perguntar antes, claro.
Eu sempre fui muito querido por onde passava graças à educação que meus pais me deram, então os meus amigos da época sempre me queriam por perto. Minha maior característica naquele tempo era a facilidade que eu tinha de perdoar as pessoas (característica essa que me seguiu, incansavelmente, até os dias de hoje), além de ter paciência de escutar e consolar todos os amigos que passavam por problemas... sim, nós tínhamos problemas! Problemas jovens, mas problemas, afinal um videogame quebrado ou uma ‘fita’ com defeito era motivo de cortar relações pra sempre com o coleguinha, enfim, este era eu. Defeitos? Claro que sim, e vários, mas um deles era ponto forte em minhas idas e vindas: eu adorava pedir dinheiro emprestado. Acredito que, por ter uma vida um pouco mais difícil do que a dos meus colegas, eu acaba fazendo isso, enfim, eu sempre fui assim, até mesmo depois que cresci e não me orgulho disso apenas pelo fato de que pedir te torna vulnerável aos outros e faz com que outras pessoas tenham um álibi sobre você, mas confesso que se eu não pedisse, não teria conseguido muitas coisas e a ajuda de muita gente quando precisei. Pedir não é uma questão ética, é uma questão de necessidade e se eu pedi, foi por que precisei de um lanche, roupa, brinquedo, oportunidade e não tive vergonha disso. Então vamos lá: além de perdoar muito rápido, eu escutava todo mundo com paciência e dava conselhos como ninguém, logo eu me tornei o arroz, que é no caso aquele que só acompanha. Eu vivia rodeado de meninas por conta dessas características, mas não ‘ficava’ com ninguém, o que me transformou em homo afetivo ou gay, para os mais íntimos, diante da rodinha de machos alfas. Sinceramente isso não me desestruturou muito pelo contrário, me ajudou a sempre ter meninas por perto e, por conta disso, num futuro não muito distante, me ajudou a conseguir algumas namoradas, o que de certa forma foi bem positivo para o meu ‘crescimento’ e conhecimento quanto a relacionamentos e a entender o por que meus pais, mesmo diante de tantas dificuldades e se separando as vezes, continuavam casados.
O tempo se passou e o (atual) bulling que eu sofria foi ficando mais agressivo, coisa que me fez crescer e ficar um pouco mais forte e imune a certas coisas, até que eu adquiri uma casca que defendia minha mente e meu corpo desses ‘xingamentos’, julgamentos e rótulos apontados pela sociedade que me rodeava e eu não ligava mais ao ponto de pararem completamente ou, se não paravam, me chamavam de um nome que eu ria e gostava e mostrava para eles que eles poderiam fazer aquilo comigo... acredito que este é o ponto chave da coisa: deixe-os fazer o que quiserem, seremos sempre superiores se os olharmos de cima e ignorá-los e foi o que fiz e deu certo, então #fikdik.

Como não guardei certas datas e não vou mentir pra você que está lendo esse livro, vou enumerar os dias antigos (apenas os antigos) de forma aleatória apenas para proporcionar a vocês o tempo e a idade que eu tinha quando certos assuntos aconteceram, assim eu consigo manter uma linha do tempo e também não me perco enquanto escrevo de cabeça e na hora todos essas frases...

Continua amanhã...

17 de Janeiro de 2014

Olá, amigos...

Há algum tempo houve um acontecimento muito triste e marcante na minha vida que me privou de escrever sobre, pois ainda me tocava muito profundamente. Hoje esse assunto ainda me comove e toca muito, mas sinto que já consigo dividir com outras pessoas, o que a meu ver pode ser uma forma de ajudar a quem está passando pelo mesmo problema que eu passei há algum tempo e pode dirimir as tristezas, dando um rumo diferente à forma de pensar, não só sobre esse assunto, mas sobre a vida em si. Desculpem a minha imaturidade quanto a assuntos relacionados ao tópico que vou priorizar no blog, mas isso é apenas uma consequência de várias leituras e de vários estudos que fiz por conta própria para ficar sempre mais inteirado da situação e saber o que fazer quando o pior viesse a acontecer. Tentarei fazer postagens diárias de um "livro" que eu escrevi na época sobre tudo o que passei juntamente à minha família, sempre enfrentando tudo com bom humor e esperança, mesmo sabendo que esta não seria o maior percentual de positividade.

Agradeço aos amigos que lerem pela paciência e pelo tempo que aqui deixarão e compartilharão comigo de forma que me ajudem a me livrar desse fantasma que é o Câncer e a espalhar essa minha experiência. Peço que comentem se acharem que devem, deixem sua história, adorarei lê-la.

Espero que gostem...

Meu nome é Rodrigo Gambini e neste exato momento estou me olhando no espelho... eu me pergunto por que a vida nos surpreende tanto? Estou meio abalado com alguns fatos recentes na minha vida, me sentindo pequeno e insuficiente, além de ‘culpado’, pois qualquer momento que deixei passar, qualquer coisa que não pude fazer, se tornam argumentos fortes de pura culpa em uma ocasião em que a vítima é alguém da minha família. O fato é: devo rever alguns conceitos, repensar atitudes e fazer uma retrospectiva muito intensa, filtrar, peneirar e afofar toda a informação que se passa na minha cabeça agora, só para depois poder processá-la. É muito triste e complicado... estou chorando neste momento, mas acredito que consigo se me esforçar e me permitir pensar que o fim é só para quem o aceita, quem não o aceita começa uma nova jornada depois da vida...

17 de Janeiro de 2014, aparentemente, um dia tranquilo...

Acordei normalmente neste dia para trabalhar, um dia como outro qualquer e eu estava no meu 10º em novo emprego e precisa mostrar um serviço de qualidade, o que me fazia estar pronto bem cedo e com uma disposição que eu, na verdade, não via em mim há séculos, afinal, um bom emprego não se arruma assim de uma ora para outra, né? Infelizmente, foi nesta data que eu descobri que meu pai tinha dois nódulos no pâncreas, sendo um de 4x4 e outro de 2x2 e, mesmo sendo difícil ouvir essa notícia, ficamos ansiosos aguardando por uma solução ou algum tipo de tratamento que pudesse estacionar a doença, até que a biópsia (que seria feita dali alguns dias) ficasse pronta e aí sim, pudéssemos julgar o quadro. O que não sabíamos é que a doença do meu pai já estava avançada demais para qualquer tipo de tratamento e que qualquer tratamento indicado seria paliativo e ajudaria apenas a estacionar a doença, dando a ele mais algum tempo sem tanto sofrimento e nada mais.
Parecia uma notícia impossível, mas acredite, ela veio e me derrubou na primeira tacada e a cada vez que eu pensava que o meu pai poderia a qualquer momento não estar mais ali presente no meio de nós, eu desabava cruelmente sobre o meu corpo através das minhas lágrimas. Foi então que eu decidi que ligaria para ele diariamente, até que ele se fosse, o que pra mim não demoraria muito tempo.
Tudo bem, tudo bem, é uma história bem triste e infelizmente verdadeira, mas antes de começa-la definitivamente, preciso fazer um grande resumo sobre o que foi a minha vida até aqui...