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terça-feira, 23 de setembro de 2014

19 e 20 de Fevereiro de 2014

19 de Fevereiro de 2014, última oportunidade...

Falar sobre muita gente ter falado com meu pai ao telefone à noite e sobre a convulsão, mas citar que eu não sabia e só comentar mesmo no dia 20/02, quando eu soube...

Ontem à noite todos resolveram ligar para o meu pai no hospital, tanto que quando eu liguei, ele já não aguentava mais falar, foi quando minha mãe me disse que várias pessoas tinham ligado pra ele e que ele tinha falado com todo mundo, coitado.
Quando eu liguei pra ele, perguntei as pessoas que ligaram durante o dia e ele não lembrou o nome de todos, infelizmente e aparentava estar um pouco pior do que nas últimas vezes. Seu braço direito e perna direita já não respondiam mais e ele reclamava muito de dor na cabeça, estávamos apreensivos que aquilo na cabeça dele pudesse ser algum outro nódulo relacionado à metástase do câncer de pâncreas que já estava evoluindo há algum tempo, mas segundo os médicos, aqui era nada mais que uma ferida por permanência na mesma posição deitado. Ele já não conseguia levantar sem ajuda de alguém e já estava mais desorientado do que nunca.

Para quem via meu pai em pé no hospital zoando o “plantão”, ver aquela cena era bem triste, em pensar que ele era a pessoa que animava as pessoas naquele hospital, exatamente porque sempre estava lá por conta das consultas e cirurgias que só na perna, foram duas, enfim.
Falar com o meu pai sempre era animador e eu sempre tentava manter um comportamento feliz, mas estava cada vez mais difícil, nossa, que aperto no meu coração...

20 de Fevereiro de 2014, qualquer hora vou ter um infarto...

O celular toca... meu coração gela... minha mãe ao telefone e a notícia não muito boa... “Bom dia, meu filho!” – minha mãe chora – ao fundo um silêncio mortal e, de repente, no ônibus, tudo ficou cinza... “Ontem à noite seu pai passou mal, teve uma convulsão e agora está em coma no CTI!” (na verdade não era coma, ele estava consciente, mas só depois fomos saber que fazia parte da inquietação terminal perder os sentidos, mas ficar ligado ao mundo ainda com consciência, só que sem conseguir responder) – meu mundo caiu completamente... “Mas como assim, mãe? Eu falei com ele ontem e, por mais cansado que ele tivesse e com a voz fraca, me reconheceu, falou comigo e com a Naná, enfim... Meu Deus!! E agora??” – minha mãe respirou fundo – “Agora é aguardar, meu filho!” – suspirei, respirei fundo – “Mãe, fica aí e me aguarda que eu tô indo para aí!”, então neste momento eu fiquei sem chão, completamente atordoado, mas mesmo assim não perdi o foco, continuei dentro do ônibus, desci no meu ponto normalmente, fui em direção ao meu trabalho, subi o prédio e aguardei pacientemente minha chefe chegar, falei com ela e ela na mesma hora me liberou. Neste momento eu disparei e fui ao encontro da minha mãe lá no hospital. Estava tão desnorteado que fui a pé até o hospital. Não demorei mais de 10 minutos para chegar e quando cheguei lá, abracei-a tão forte como nunca tinha abraçado. 

Foi o abraço mais sincero e acolhedor que eu pude oferecer à minha mãe, diante de toda aquela situação, era a que mais estava vivendo tudo aquilo e a que mais estava sofrendo, com certeza. “Mãe, você fez tudo o que pôde, tudo! Quero que você saiba que não está sozinha, pois eu sempre estarei com você em qualquer situação. Precisamos ser fortes, muito fortes. É muito triste nós estamos sofrendo muito, mãe, mas precisamos ser muito, mas muito fortes nessa hora!”. Logo avistei a médica e pedi para conversar com meu pai alguns minutos e, para a minha surpresa, ela deixou. Quando entrei me deparei com a cena mais triste que eu pude ver em 30 anos. A cena mais enfraquecedora, mais avassaladora, mais assustadora que eu pude me deparar em toda a minha vida e que com certeza ficaria marcada para sempre, então, se você tiver estômago fraco, evite olhar para esta foto muito tempo.

Você deve se perguntar agora: “porque ele tirou esta foto?” e eu vou te responder: Não sei! Eu simplesmente tirei a foto, pois achei que um dia pudesse contar a todos sobre este dia e então servir de apoio para alguém e mostrar que o sucesso existe, mas que o fracasso também existe, é possível e real, mas vale lembrar e salientar com toda a certeza que a idade e a vontade de vencer precisam ser mais fortes que a própria realidade e a força familiar precisa estar em dia, mas MUITO em dia, então, se você tem alguém na família nesta situação, LIGUE AGORA PARA ELE(A) E DEMONSTRA SEU AMOR E DIGA QUE ESTÁ COM ELA NESSE MOMENTO... sua voz, sua preocupação, sua ingenuidade, TUDO é muito importante agora, principalmente se você é diretamente ligado, como filho ou marido/esposa.

Peço desculpas aos amigos por postar essa foto, sei que dói, dói muito em mim que sou filho também, mas meu intuito é apenas mostrar a diferença do meu pai em pé, feliz, alegre com ele deitado, sem resposta, sem perspectiva... neste exato momento, uma lágrima desce do meu olho... estou no trabalho e não sei como fingir que está tudo bem. Acho que terei 80 anos e lembrarei desse homem com tanto amor, mas tanto amor e tanta saudade que será impossível conter as lágrimas e a vontade que eu tenho de abraça-lo só mais uma vez... PAI, HOJE EU QUERIA TODOS OS SEUS DEFEITOS DE VOLTA, AQUI COMIGO, AGORA!!