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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

18 de Fevereiro de 2014

18 de Fevereiro de 2014, mais uma fase da doença...

Não eram nem 07h da manhã e minha mãe já me ligava ao celular, eu estava dentro do ônibus... toda vez que meu celular toca e é a minha mãe, eu acho que o pior (ou o melhor, dependendo do ponto de vista) aconteceu, mas não. Ela queria me dar as novas e péssimas notícias: meu pai não reconheceu quem sou e foi difícil pra ele lembrar o nome da minha mãe, mulher dele há 40 anos. Infelizmente sei que o momento é este e que de agora em diante é orar para que ele possa não sofrer e para que Deus possa enchê-lo de luz e iluminar o caminho dele quando for a hora da passagem. É muito difícil pedir a Deus que leve uma pessoa que amamos, mas não quero que meu pai sofra mais... sei que ele está sem dor, mas também sei que está sofrendo, preso aquele “pedaço de carne” que é seu corpo, apenas por força de alguns sentidos que lhe restam. A grande verdade é que o meu pai já se foi, o que está ali foi o que sobrou dele junto da matéria, do corpo que vai ficar entre nós, mas aquele cara que eu conheci, que me criou e me ensinou as boas maneiras já se foi. Restam apenas amor, carinho, respeito e outros

sentimentos que me acompanharão pelo resto da minha vida, além do aprendizado que tive e que ainda tenho com ele pela minha vida.

O fato é que ela queria me dizer que hoje meu pai não lembrou seu nome e nem lembrou dos seus 2 filhos homens. Minha mãe perguntou a ele: “Quantos filhos você tem?”, então ele respondeu: “5”, ela em meio a brincadeiras para amenizar o clima (que não é sentido mais pelo meu pai, pelo único fato de que ele perdeu completamente a noção de dimensão de lugar, espaço e da situação em si) e que o fez lembrar do número 3. Quando ela perguntou o nome de seus filhos, ele disse: “Célia, Maysa...”, minha mãe o interrompeu (Célia é minha mãe e não a filha dele) e disse que não eram estes, então ele lembrou do nome da filha “Daniele e Maysa”, então minha mãe não forçou muito a barra para não cansá-lo. Grande verdade nisso tudo é que uma hora eu vou acordar e ele não vai reconhecer o meu rosto ou outra coisa mais triste será levantar e não te-lo mais entre nós, mas é o que venho dizendo cada vez com mais coragem: estou ficando mais forte a cada dia... meus pensamentos quando encontram esta situação na minha cabeça, já começam não a se desviar, mas a esbarrar com eles e fazer com que a minha aceitação seja amena, acho que isso é uma ordem natural do meu corpo, da minha cabeça e deveria ser a sua também. Enfrente isso, vá em frente, siga, afinal a nossa vida continua.


Ontem eu estava brindando uma ultrassonografia 3d e como meu filho (que ainda vai nascer) é parecido comigo e hoje eu estou triste, pois acho que meu pai não vai conhece-lo, mas é aquilo: faz parte da vida, infelizmente são dores que teremos de aguentar e sermos fortes para suportar a perda e continuar vivendo... eu não gostaria muito de lembrar da morte do meu pai no dia do meu aniversário, mas eu corro este risco, já que meu aniversário ocorre na próxima sexta-feira, dia 21 de Fevereiro de 2014.

Na parte da tarde consegui falar direto com o meu pai e uma coisa muito legal aconteceu: ele lembrou de mim e me identificou, inclusive, pelo nome. Nem preciso dizer o quanto fiquei feliz, né? Se não fosse a voz dele estar tão mais fraca do que antes. Normalmente quando ele fala, parece que ele não quer falar, mas hoje não, hoje parecia que ele não estava conseguindo falar e que lhe faltava o ar, sei lá, muito estranho. Os movimentos do lado direito dele já estão praticamente todos comprometidos e nós só estamos aguardando alguma coisa acontecer, nos preparando a cada minuto do dia e da noite.