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sexta-feira, 3 de outubro de 2014

28 de Fevereiro de 2014

28 de Fevereiro de 2014, a vida continua...

Pra quem não sabe como é um velório e graças a Deus não precisou enterrar ou cremar ninguém até hoje, na verdade quando é feito por uma assistência funerária, você quase que não precisa fazer nada. O corpo fica dentro de um caixão todo arrumadinho com flores coberto até o pescoço, só aparecendo o rosto meio descolorido e maquiado, onde as pessoas entram pra prestar sua última homenagem. No caso do Caju, na capela onde velamos meu pai, chega um certo momento que os funcionários do cemitério e informam com 10 minutos de antecedência que chegou a hora de ir
embora, então a gente se “despede” daquela matéria que está ali e acompanhamos o caixão até uma outra sala onde é feita a cremação. Nesta sala, nós o velamos mais um pouco, mas ele fica em cima de uma esteira que, quando acabamos de velar por uns 20 minutos, é recolhida e o leva para uma outra sala, esta que não temos acesso. A cremação acontece em torno de 3 horas depois do processo de velório.


A cremação funciona assim: o corpo segue para esta sala da qual não temos acesso e fica em uma fila de espera, pois há outros corpos a serem cremados também. Ele entra no “forno” com caixão e tudo o que estiver dentro do caixão e é literalmente torrado à uma temperatura maior que 1000°C, o que o faz virar pó. Os ossos não são torrados, então ficam inteiros, neste momento eles jogam a poeira fora e trituram os ossos e este se torno o pó das cinzas... pois é. Na verdade a cremação elimina o que não é firme, deixando os ossos que são triturados. A poeira dos ossos é o que recebemos numa caixinha muito agradável, paga pela assistência funerária e tem o destino que a família escolher, no nosso caso, escolhemos jogar estas “cinzas” em um mar, já que meu pai não tinha escolhido algum lugar em vida.

Um dia depois do velório e tudo é um pouco mais brando, já não há mais ninguém sofrendo de dor, já não há mais corpo com câncer em estado terminal aguardando sua hora chegar numa cama de hospital, tudo se acabou, inclusive a redenção que estávamos quanto a ele naquele momento.

Não sei vocês, mas esta situação, em contrapartida, me deixou um pouco mais forte e sinto que a cada dia eu fico cada vez mais forte, apesar de chorar e sentir saudades dele diariamente. Penso que, pelo menos, ele deixou de sofrer, de sentir dor, incômodos, enfim, deixou de ser um corpo com câncer e se tornou uma memória, das melhores, que hoje eu posso lembrar com carinho...