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terça-feira, 16 de setembro de 2014

13 e 14 de Fevereiro de 2014

NA FOTO: A ÚLTIMA VEZ QUE MEU PAI ESCREVEU ALGO E ESTAVA INTEIRAMENTE LUCIDO...

13 de Fevereiro de 2014, susto ingrato...

Estava normalmente no trabalho e decidi ligar para o meu pai para saber como ele estava, mas tive uma surpresa muito desagradável: meu pai passou mal e o Diego (meu cunhado) estava levando ele para o hospital. Mal consegui falar com minha mãe, então o pouco que consegui me deu forças para sair correndo do trabalho e ir ao hospital dos Servidores encontrá-los. Chegando lá tive uma visão que balançou minhas estruturas... meu pai estava irreconhecível! Impressionante como pouco tempo é muito quando o assunto é o câncer. Cheguei ao mesmo tempo em que eles no hospital, saí do trabalho correndo e fui caminhando até lá, cerca de uns 2 quilômetros, enfim, quando me deparei com meu pai sentado no carro (ele parecia sedado), com o olhar perdido, pele bem esverdeada e sem noção do tempo e espaço. Ele me olhava e parecia não me conhecer e eu não me lembro de ter sentido uma sensação tão ruim quanto esta. Para minha sorte ele me reconhece e me conheceu naquele momento quando o abracei antes de entrar na emergência (eu fiquei de fora, minha mãe entrou com ele na maca) e disse que o amava, ele me respondeu o mesmo, terminando a frase com “meu filho!”, ou seja, me conheceu de fato. Fiquei aguardando notícias do lado de fora e logo minha mãe veio informando que ele já estava medicado e no soro e que ficaria na emergência até segunda ordem. A solicitação era de que eu viesse para casa e que qualquer coisa, minha mãe me chamaria, ligaria, entraria em contato, mas que não poderíamos ficar ali esperando. Não teve outro jeito a não ser ir para minha casa e chorar, chorar, chorar, na expectativa de que tudo aquilo se resolvesse da melhor forma. Logo depois disso, recebi uma ligação da minha mãe, dizendo que meu pai seria transferido para o quarto, mas que a princípio ela deveria ir para casa e aguardar até o dia seguinte ás 14h, quando ela poderia entrar para ficar com ele no quarto enfermaria que fica no quarto andar. Ela, então, foi pra casa para aguardar, afinal, não tinha nada que podíamos fazer com relação àquela situação, infelizmente.

14 de Fevereiro de 2014, transferência para enfermaria...

Ainda era de manhã e minha mãe já estava lá no hospital, aguardando a transferência do meu pai. Liguei para ela e ela estava bem, ansiosa, mas bem. Quando falei com ela, ela já estava com ele e me pediu que fosse para lá na próxima noite ficar com ele, para que ela pudesse descansar e é claro que eu aceitei. Imagina poder fazer 1% ou sei lá quanto (mas muito pouco por tudo o que eles – meus pais – fizeram por mim) pelo meu pai. Este era o mínimo que eu poderia fazer, afinal, meu pai precisa de outros cuidados agora, diferentes dos cuidados que ele precisava há dois dias, há uma ou duas semanas.
No decorrer do dia, minha mãe percebeu que o movimento do braço direito do meu pai estava ficando fraco e ela sentiu sua silhueta meio atrofiada... isso me causou tanta dor quanto saber que ele estava doente, nossa!!
Ela me informou que ele já estava de fraldas e isso também foi uma mudança brusca, rápida e muito chocante pra mim... meu pai usando fraldas, completamente dependente... será que ele aguentaria saber disso? Pergunto isso, pois ele, além disso, ainda estava desorientado, mas eu não sabia da gravidade dessa dependência e nem saberia até presenciar segundo a segundo disso, como foi proposto: eu teria de ficar com ele por uma noite inteira, acompanhar passo a passo de uma noite ao lado do melhor homem do mundo que hoje está dependente, precisando que alguém o sente na cama, que alguém dê banho nele, que alguém lhe dê os remédios... então preparei o meu psicológico e coloquei na minha cabeça que este seria o momento de entender e de, certa forma, aceitar a doença do meu pai, além de poder ajudar um pouco com minha presença, meu amor, meu carinho com fé e certo de que eu daria o meu melhor para que ele tivesse uma tarde e uma noite confortáveis e, de certa forma, inesquecível.