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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

23 de Fevereiro de 2014

23 de Fevereiro de 2014, um domingo quase nulo...

Mais um dia de espera, infelizmente eu não tenho novidades para contar neste dia. Meu pai continua nas mesmas condições, sem movimentos, sem abrir os olhos, deitado numa cama com respiradores e morfina na veia. Sua urina era preta como coca-cola e suas fezes, nas últimas vezes que vi, eram brancas, brancas mesmo. Sua coloração de pele ainda era meio amarelada, mas não estava tão “verde” quanto há uma semana.

A única diferença era que ele se movia de uma forma agoniante para quem o via ali, naquela situação, como se algo o estivesse incomodando. Ele tossia, fazia vômito, mas como falei não estava entubado. A sensação que eu tinha era que ele queria dizer algo, já que o médico disse que ele estava consciente e na verdade estava apenas num estágio de repouso muito intenso, por conta da quantidade de morfina que estava penetrando seu corpo.

Fiquei com ele até onde meus olhos aguentaram... eu tinha “medo” de tocá-lo e que isso pudesse atrapalhar ou estressá-lo, pois da última vez que o toquei, seus batimentos cardíacos aceleraram, não sei se foi por coincidência ou se ele me sentiu e em meio aquela prisão física dentro do próprio corpo, ele quisesse me dizer algo e não conseguia. Me aproximei dele e disse sussurrando ao seu ouvido uma frase que eu sempre dizia: “Pai, eu te amo tanto, mas tanto! Se você quiser ir embora, pode ir, vá em paz que eu vou cuidar da minha mãe e da Maysa...”. Naquele momento eu falei dois nomes pelo qual meu pai sempre se preocupava um pouco mais, para ver se ele estava “se prendendo e lutando pela vida” ou se infelizmente suas forças estavam somente se acabando lentamente, fica uma dúvida, que só quem fez a passagem vai poder responder.

Encontrei com o médico do lado de fora e o médico me parou, perguntando o que eu era daquele homem que ali estava e eu respondi com orgulho: “Filho!”. Ele perguntou se eu sabia da situação e me disse palavras de conforto, mas em meio essas palavras, me disse palavras fortes que, mesmo que ditas de forma branda, rasgaram meus tímpanos e me enviaram diretamente para um lugar obscuro, onde eu não enxergava nada e não conseguia conter minhas pernas: “Eu peço desculpas por ter que falar isso, mas pelo quadro, seu pai não sai mais dessa situação. Vocês precisam ser fortes, muito fortes e reunir a família!”, então eu muito (muito mesmo) triste, perguntei a ele: “Quanto tempo você acha que ele tem?”, ele me disse com os olhos marejados: “Acho que ele não passa de hoje!”... não preciso dizer o que aconteceu comigo e com o meu corpo neste momento, se fecharem os olhos entenderão o que eu senti, não na certeza da situação, mas ter uma leve ideia do que eu estava sentindo. Então eu voltei à CTI onde meu pai estava e o abracei, da forma que eu podia, meio torto, mas cheio de boas intenções e energias positivas para ele... chorei... chorei muito!!

Eu sempre tentei ser um filho bom, prestativo e amigo dos meus pais, sempre, mas nos últimos momento, as únicas coisas que eu conseguia lembrar eram as vezes que eu disse não para ele quando ele me pedia pra ir na rua, as vezes que brigamos e que eu fui injusto com ele, as vezes em que eu ligava pra minha mãe e acabava não falando com ele e em como eu queria MUITO que o tempo pudesse voltar para eu fazer tudo aquilo muito diferente e poder me doar mais ao meu pai que sempre foi tão meu amigo... hoje ele está aqui e eu nem posso me despedir, só posso esperar, pois a qualquer momento ele vai se encontrar com Deus e fazer a alegria do céu para todos os anjos...

Eu volto a repetir: nós somos seres humanos e vamos errar sim, mas se hoje você tem uma oportunidade de fazer diferente, faça! Não espere que isso aconteça com você, na sua família, para que você comece a se importar com o quanto de carinho você deu ou deixou de dar para os seus pais, para a sua família... corra! Ainda dá tempo!